Jornalist Rui Goulart
Desde que este excelente evento ganhou asas, fazia tensão de por lá aparecer, na freguesia onde minha mãe Olga Lopes Neves Machado Ávila nasceu, na Rua Dr. Freitas Pimentel (?), a partir de amanhã 7 de Agosto, só que o homem põe e Deus dispõe, e estou muito longe do Pico e por cá estarei por motivos de procura de saúde familiar...
A voz do Rui Goulart em http://marecheia.ribeiras.com/ é por demais sugestiva apelando a que todos os “ribeirenses” por lá apareçam por estes dias.
Panoramica geral de S.ta Cruz, Caminho de Cima, Santa Barbara
Foram dois anos a preparar e foram dois anos de expectativa que com certeza será coroada de êxito.
Homenagear a memória de tantos amigos e familiares é pouco para tão enorme e gigantesca iniciativa cívica e cultural. Sim porque a cultura das nossas gentes é feita de saudade, mesmo de muita Saudade.
Da Califórnia ao Canadá, por toda a parte aparecem os “presados” descendentes das Ribeiras. Sempre foram conhecidos pelo bem trajar e pelo bem conviver.
Olga Lopes Ávila
Bailes desde sempre abertos a toda a ilha; Festas do Espírito Santo – as primeiras da ilha com Rainhas à moda da América (San Diego); freguesia onde o Voleibol ganhou fama, principalmente a nível amador, com equipas aguerridas em Santa Bárbara, Ribeira Grande e Santa Cruz (um abraço de eterna saudade ao Zeca Azevedo), depois foram as corridas em patins; a saga das traineiras de Atum, sucedendo aos Barcos de Cabotagem que tinham encurtecido espaços marítimos, transportando fartura e saudade do Pico até São Miguel; a pesca do alto até ao Canal, como muito bem enalteceu um dia Manuel Francisco Costa (pai), num serão em Semana dos Baleeiros… e Baleeiros também… sem protecção… Agricultores e produtores de banana dos melhores dos Açores, sim dos melhores dos Açores… Artistas e músicos, muitos músicos de fama e que continuam a abrilhantar as suas duas Filarmónicas: a centenária Sociedade Filarmónica Recreio Ribeirense de Santa Cruz, e a mais jovem, a Sociedade Filarmónica União Ribeirense, de Santa Bárbara, vinda do tempo do benemérito Ferreira Porto. O emigrante e o estudante que um dia rumou ao continente e por lá se fixou em ateliers de engenharia e economia, ou em São Miguel e outras ilhas, enobrecendo a tradição dos seus avoengos: cultos, honrados e muitos também eruditos: o Rui Goulart é um pequeno-grande exemplo e com ele e n’ele homenageio singelamente o brio, o arrojo, o dinamismo, o civismo e a lhaneza de trato, do orgulhoso Povo das Ribeiras…
Infelizmente estando aqui retido, tão longe…
Madragoa, Lisboa,
2011.08.06
(Dia da Festa do Bom Jesus
na Calheta de Nesquim e São Mateus)
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